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Saúde

Vaginose bacteriana: o que é, sintomas e como diagnosticar

11 de outubro de 2024
Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é uma das causas mais comuns de infecção vaginal e, apesar de ser frequentemente confundida com outras condições, possui características próprias que merecem atenção. Vamos abordar as principais perguntas relacionadas a esse problema de forma didática e objetiva, trazendo informações úteis para mulheres que buscam entender melhor essa condição.

O que é a vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana ocorre quando há um desequilíbrio entre as bactérias que compõem a flora vaginal. Normalmente, a vagina possui bactérias “boas” (lactobacilos) que ajudam a manter o ambiente saudável e protegido contra infecções. 

No entanto, quando essas bactérias são substituídas por outras, como a Gardnerella vaginalis e outras bactérias anaeróbicas, pode ocorrer a vaginose. Esse desequilíbrio é mais comum em mulheres em idade reprodutiva, mas pode afetar mulheres de todas as idades.

Quais são os sintomas da vaginose bacteriana?

Os sintomas podem variar de mulher para mulher, mas os mais comuns incluem:

  • Corrimento vaginal: geralmente fino, homogêneo e com coloração que varia entre branco, cinza ou amarelado.
  • Odor desagradável: muitas vezes descrito como um cheiro de peixe, que pode se intensificar após a relação sexual.
  • Coceira e irritação: embora menos comum, algumas mulheres podem sentir desconforto na região vaginal.
  • Ardência ao urinar: a uretra pode ser afetada, causando desconforto durante a micção.

Como tratar a vaginose bacteriana?

O tratamento da vaginose bacteriana é feito com o uso de antibióticos. Existem duas principais formas de tratamento:

  1. Antibióticos orais: normalmente, metronidazol ou clindamicina são os medicamentos mais indicados.
  2. Antibióticos de uso tópico: em formato de cremes ou géis vaginais, que também são eficazes. É importante seguir a orientação médica e completar o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes do final da medicação.

A vaginose bacteriana é contagiosa?

A vaginose bacteriana não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). Embora sua causa esteja associada a um desequilíbrio bacteriano, ela não é transmitida de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais. 

Contudo, a atividade sexual pode estar relacionada ao surgimento ou recorrência do problema, já que mudanças no pH vaginal podem contribuir para o desequilíbrio da flora bacteriana.

Qual a diferença entre vaginose bacteriana e candidíase?

Muitas mulheres confundem vaginose bacteriana com candidíase, pois ambas podem causar corrimento vaginal. No entanto, as causas, sintomas e tratamentos são diferentes:

  • Vaginose: causada por um desequilíbrio de bactérias, o corrimento é fino, com cheiro forte de peixe.
  • Candidíase: é uma infecção fúngica, causada pela proliferação de fungos do gênero Candida, que gera um corrimento branco, grosso, semelhante a queijo cottage, além de coceira intensa e ardência.

Vaginose bacteriana pode causar complicações?

Embora, em muitos casos, a vaginose seja uma condição leve e facilmente tratável, ela pode trazer complicações quando não tratada adequadamente:

  • Infecções pélvicas: o desequilíbrio da flora vaginal pode facilitar a entrada de bactérias nocivas no trato reprodutivo, aumentando o risco de doenças inflamatórias pélvicas.
  • Aumenta o risco de ISTs: mulheres com vaginose bacteriana podem estar mais suscetíveis a contrair infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, clamídia e gonorreia.
  • Complicações na gravidez: em gestantes, a vaginose pode aumentar o risco de parto prematuro ou de infecções pós-parto.

Como prevenir a vaginose bacteriana?

Algumas práticas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolve a condição:

  • Uso de preservativo: durante relações sexuais, o uso de preservativos pode ajudar a proteger a flora vaginal.
  • Evitar duchas vaginais: o uso frequente de duchas e produtos higienizantes pode alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.
  • Roupas íntimas adequadas: prefira roupas íntimas de algodão e evite peças muito apertadas, que podem prejudicar a ventilação da região íntima.
  • Higiene adequada: limpe sempre de frente para trás após urinar, evitando levar bactérias da região anal para a vaginal.

Vaginose bacteriana pode causar infertilidade?

A vaginose, por si só, não causa infertilidade diretamente. No entanto, se a condição não for tratada adequadamente, pode levar a infecções mais graves, como a doença inflamatória pélvica (DIP), que pode afetar a fertilidade feminina ao causar cicatrizes nas trompas de Falópio, prejudicando a passagem dos óvulos.

Homens podem ter vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana é uma condição que afeta exclusivamente o ambiente vaginal, portanto, homens não podem desenvolvê-la. No entanto, em alguns casos, homens podem ser portadores de bactérias que podem contribuir para o desequilíbrio da flora vaginal da parceira, especialmente se não usarem preservativo.

Vaginose bacteriana pode desaparecer sozinha?

Em alguns casos leves, os sintomas da vaginose bacteriana podem desaparecer sem tratamento. No entanto, é importante lembrar que a infecção ainda pode estar presente, mesmo sem sintomas. Por isso, é recomendável buscar avaliação médica para garantir um diagnóstico preciso e evitar complicações.

Qual exame detecta a vaginose bacteriana?

O exame que detecta a condição é realizado por meio de uma avaliação clínica pelo ginecologista, geralmente combinada com um exame do conteúdo vaginal. Existem alguns métodos usados para diagnosticar a condição:

  • Exame de cultura vaginal: esse exame envolve a coleta de uma amostra de secreção vaginal, que é enviada para o laboratório onde as bactérias presentes são cultivadas para análise. No caso da vaginose bacteriana, o exame pode identificar a presença excessiva de bactérias como Gardnerella vaginalis, associada ao desequilíbrio da flora.
  • Teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): esse exame molecular detecta o DNA de bactérias específicas associadas à vaginose bacteriana. O PCR é extremamente sensível e pode identificar pequenas quantidades de bactérias como Gardnerella vaginalis, Mobiluncus, entre outras.
  • Exame de microbioma vaginal: através do sequenciamento de DNA, esse exame analisa o perfil completo de bactérias e fungos presentes na flora vaginal. Ele é especialmente útil em casos de infecções recorrentes e fornece um panorama detalhado das alterações no microbioma vaginal.

Esses exames laboratoriais complementam a avaliação clínica, fornecendo informações mais detalhadas sobre a flora vaginal e ajudando a guiar o tratamento, principalmente quando a vaginose bacteriana é resistente ou de difícil tratamento.

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